segunda-feira, 27 de julho de 2015

Ele É A Melhor Coisa Que Me Acontece Todos Os Dias

Há 17 anos, numa segunda-feira como hoje, ele nascia.

Antes disso nada é tão claro na minha memória, tudo aparenta ser uma pré-vida, onde as minhas lembranças são meio vaporosas.

Antes dele, na minha gravidez, eram apenas dúvida e medo; eu não fazia ideia de como seria criar um outro  alguém, esse indivíduo que vinha sem nada, desnudo, totalmente dependente de mim. Eu temia por minha capacidade, eu temia por tudo que eu desconhecia.

Foi o ápice de percepção de existência e dali em diante o mundo virou um lugar absurdamente maior e a vida passou simplesmente a fazer todo o sentido, e assim segue. Ele é, ele está.

A vivência dele se misturou à minha, e eu me tornei duas almas e dois corpos.

Durante os primeiros anos tudo foi altamente natural, o que chamam de instinto, pra mim é um paraíso na terra.

Eu o amamentei com meu leite, o alimentei, eu o ensinei, o motivei a transpor cada pequeno desafio, fosse os primeiros passos, fosse o primeiro dia na escola. Anos depois o estava o apoiando no primeiro beijo, nas primeiras descobertas e nas análises e escolhas que vão ficando logicamente mais complexas.

Eu tive a sorte de gerar um ser, que mais tarde, de cuidado virou cuidador, hoje meu amigo, meu professor e meu parceiro. Me completa, me alimenta, me ensina e me apóia.

Apesar da trivialidade disso, ser mãe é uma experiência raríssima, parte quase certa da vida de uma mulher, é tão presente no ciclo da vida como é a morte, encarregada por todos os seres que andaram sobre esse planeta.

A maternidade não é nada demais, e ao mesmo tempo é tudo!

(Para o meu Antonio)