sábado, 22 de fevereiro de 2014

Quero Namorar um Gay

Esse título de post é pra causar. Venho repensando seriamente meu posicionamento em relação às relações, minhas e amorosas pra ser mais exata. Há uns dias me dei conta de que meu coração está duro, seco, peludo, preto, que sentimentos bacanas e docinhos, que sempre tive, estão cristalizados como frutas de panetone. Frutas secas, meus sentimentos deixaram de ser tenros, de ser cobiçáveis, eles não tem aquela aparência fresca, eu os escondo numa prateleira bem alta num armário, e no estado deles podem estar preservados até os próximos natais. Me dei conta de que estou assim porque sofri profundas decepções amorosas, e pior, sublimei total e nem me queixo porque me embuto a responsabilidade de ter criado expectativas, e sofrido. Numa premissa simples: amou, teve expectativas, logo se frustou, logo a culpa é sua. Fiquei absorta num casamento por quase uma década, quando me separei foi como se eu saísse de um longo sono criogênico, num mundo bem diferente... 10 anos depois os homens (héteros) me parecem bem inacessíveis, medrosos, retraídos por uma série de catarses femininas e feministas, não são mais os homens dos quais eu me recordava. Não há flerte, não há corte, não sutileza, há nada. Os homens hoje parecem reagir apenas ao exagero, um olhar 43 não é mais o suficiente para inflamar um convite pra sair? (Ou é apenas porque eu estou hoje mais velha e não tenho o mesmo tônus de antes? Duvido, eu me acho uma mulher muito mais bonita e interessante agora...) Eu tenho que então ser absolutamente explícita, ensaiando entre uma periguete, uma chacrete, uma bolete e uma vedete? Ihhhhhhhh, não vai rolar..... Tá gente, eu sou uma feminista - eu sou uma "iqualitista" - hoje declarada - porém isso não vai mudar o fato de que sou hétero e gosto do sexo oposto de bigodes, barbas, pelos no peito, força nas mãos, voz grossa, de despojo masculino...Mas eu gosto de tudo aquilo que também não compunha o meu relacionamento anterior, onde a minha força não diminui o pau do outro, ou exista atenção aos meus (poucos até) afetos e meninices, compreensão, soma, multiplicação, essas semi-utópicas. Acordei do meu casamento, tive uma única aventura em 2 anos e tal de separada, e posso afirmar que só vejo masculinidade que eu reconheça nos meus amigos gays. Eles, os gays, evoluíram no homem ideal (não fosse o pequeno detalhe de não sentirem atração física por mulheres, mas perfeição, onde nessa vida?). Por que eu quero um homem gay? Se ele for um hétero gay, paraíso, eu quero mesmo, muito! Um homem que não tenha preconceitos, nem tenha que se provar a cada arroto ou coçadinha no saco, que não tenha medo de chorar e de dividir suas inseguranças comigo, alguém que me valorize pelas minhas armas e armaduras, e que me deixe lustrar suas armaduras também. Qual é o problema em derreter com coisas fofas, em não ser babaca quando vê uma mulher de minissaia ou um menino de minissaia? Onde está esse homem que não vai me comparar com a mulher-melancia, que vai ter um senso-de-humor universal, sem as piadas sexistas? Onde está o homem que me enxergaria, que me deixaria enxergá-lo? Homem, eu, mulher, vamos deixar de lado esses padrões, obrigações midiáticas e estéticas, vamos gostar de nos gostarmos, podemos ser nós mesmos sem que alguém insista que temos papéis definidos. Quando eu coloco assim, nem parece tão complexo, mas na prática eu vejo o impossível. Onde está você, que poderia tirar meus sentimentos da dispensa?

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Eu tenho vergonha. Ahhh sim, vergonha da preguiça absurda que eu tenho. Tenho preguiça pra quase tudo, menos pra trabalhar, e às vezes até pra trabalhar. Tenho preguiça de organizar meus pensamentos e digitar e levar esse blog a outro nível, porque simplesmente acho que seria bom escrever com mais frequência. Não posto nada desde 2013, já estamos em 2014, daqui a pouco é 15 e eu já vou ter suplantado o pré 40, vou ter que mudar o nome do blog ou deletar como fiz com os outros? E mais uma pegada vai embora? De qualquer forma minha timeline do facebook são bullets de mim, meu instagram também, meu pinterest...tudo como pequenas pílulas do que sou. Isso é algo passível de análise? De que eu posto de forma superficial, logo eu o seja? Sinceramente não me vejo como uma mulher rasa, mas vivo nesse piloto automático e numa velocidade de absorvição de informações que me tornam mais fugaz dia após dia. Fenômeno dos tempos. Bom, que seja.