quinta-feira, 12 de junho de 2014

Feliz Dia Dos Namorados Pra Mim

Estou vivendo uma grande história de amor, comigo mesma.
É bem comum eu elogiar quem admiro o ano todo, mas hoje é Dia dos Namorados, quero me elogiar porque tenho sido a melhor namorada que eu poderia me desejar.
Ao contrário de todos os relacionamentos que tive este meu amor-próprio não começou com uma paixão arrebatadora, demorou até que demais da conta pra eu me valorizar frente todas as outras pessoas e coisas.
Essa admiração pelo meu próprio EU veio de uns poucos anos pra cá, resultado do coração remendado e sem locatários, a primeira claraboia da minha vida adulta - vida essa que foi preenchida de sentimentos românticos pelos outros...Só que agora esse poço de ternura sem fim está aqui, sem ter porquê dividir...um reino todo meu! Sensação maravilhosa se excluirmos a ditadura do relacionamento estampada na propaganda, timelines, cinema, literatura e novelas, e onde alguém só é bem-sucedido se tiver um par: na prática, sério, afirmo que é uma interpretação limitada já que nunca dantes fui tão bem resolvida e sucedida como agora, grata.
Nesse instante só penso na sorte: essa que eu tenho de olhar pra trás e me dar conta do quanto me tornei guerreira, autêntica, conquistadora, braço-longo...coisas que eu valorizo em qualquer indivíduo. Logo encontrei em mim muito do que não encontrei nos meus antigos afetos. Claro, porque eu procurava no lugar errado!

Só quero comemorar hoje! Me deixa...
O post não é uma Ode anti os relacionamentos que resultam e funcionam, mas uma Ode ao Amor, e nele consta o amor próprio, sim.

Puta luta chegar nesse ponto da vida orgulhosa de quem me tornei, de ver que coloquei na minha edificação pessoal quase tudo aquilo que eu espelhava em outrem.
Venho me encantando com minhas qualidades, pelo modo como sou, me comporto e me movo, meu senso de humor, minhas excentricidades, meu gosto musical, minha combatividade, minha ética, meus cílios, aquilo que é nativo, aquilo que eu moldei... e é a cada superação que enxergo mais valor em mim, apesar de tantas situações que poderiam facilmente me vitimar.
E mais um detalhe dessa situação: eu me admiro, já não dou muita bola pra se pensam o mesmo que eu a meu respeito, e durmo bem com essa e por conta dessa parada.

Óbvio que me decepciono comigo também, identifico vários muitos imensos defeitos, mas não é hoje o dia de me martirizar com eles. Estou na crise dos 40 pra agravar,  só que eu sei que as expectativas e aquilo que eu gostaria de melhorar e mudar é 1000% comigo e fim. Não saio mais magoada, machucada ou frustrada, saio fortalecida e lúcida, pois no fim das contas existe nisso uma tremenda liberdade de não esperar nada de ninguém.
Não quero parecer pedante, nem sou, não se trata de um culto ao meu exterior, nem é narcisismo, eu simplesmente me aceito mais agora com minhas falhas e características, consigo valorizar alguns dos efeitos do tempo, acho justo que nesta data eu promova um culto a minha própria personalidade (visto que cultuei e cultuo com louvor várias outras pessoas).
Só eu sei o quanto venho me forjando nesses anos, me vi de fato profundamente sozinha, entretanto não solitária: me vi acompanhada de alguém que de verdade verdadeira me/se ama.
Constantemente eu me questiono, me reposiciono, reflito, me entrego à auto-indulgência, faço acordos e brigo comigo mesma, mas no fundo, de todos os meus amores, eu encontrei em mim o maior! E na real, a mais aconchegante das cumplicidades. 
Nunca havia me dado conta de que eu sou a mulher da minha vida, e que estarei comigo para sempre. Feliz Dia dos Namorados Daniela.